Ataques Espirituais: ações das sombras

Representação de um grupo das sombras. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Introdução ao Terceiro Estudo do Curso Mediúnico da Casa de Caridade Clara de Assis - CCCA

Para o Terceiro Estudo, do Curso Mediúnico de nossa Casa de Caridade Clara de Assis - CCCA, o tema estudado é: "Os ataques espirituais - ações das sombras". Devido a literatura ser muito rica e profunda para o estudo, o nosso diferencial é trazer essa profundidade para a superfície da realidade narrada e vivida.

Portanto, a metodologia adotada neste trabalho utiliza uma linguagem narrativa e simbólica, integrando 6 cenas narrativas e 6 representações espirituais visuais acompanhadas de comentários explicativos, para cada item do artigo, no intuito mais objetivo de transformar o estudo em uma experiência dinâmica, vívida e reflexiva.

O estilo combina rigor doutrinário com recursos literários, permitindo que o leitor não apenas compreenda intelectualmente os fenômenos espirituais, mas também os vivencie em profundidade por meio de imagens impactantes e narrativas intensas que aproximam a teoria da experiência prática.

1. A Realidade Espiritual Invisível (Obsessão simples)

A densificação das energias no ar produz condições ectoplasmáticas para as materializações decorrentes das energias fluídicas dos médiuns. Independentemente de sua consciência ou não. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena Narrativa 1:

Na sala silenciosa, Eloisa percebeu um arrepio atravessando-lhe a espinha, sem nenhuma janela aberta.

O ar parecia mais denso, como se presenças ocultas observassem cada pensamento que lhe cruzava a mente.

Sentiu uma pressão invisível nos ombros, o peso de vozes que não falavam em som, mas vibravam em sensações.

Eloisa, de súbito, percebeu que seus próprios sentimentos de melancolia não nasciam apenas dela: algo externo pulsava, querendo fundir-se ao seu íntimo e bem próximo da janela a sua frente.

A pressão interna na mente objetiva e no emocional é ocasionada, nestas circunstâncias pelas energias sendo drenadas criando múltiplas sensações de medo e pânico no emocional aflito e físicas como sensação maior de frio atmosfera ambiente negativa e pesada. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Um zumbido surdo encheu-lhe os ouvidos, como se múltiplas vozes ecoassem em outra dimensão. Ela apertou as têmporas, mas a força não vinha de fora, e sim do espaço invisível que a rodeava.

Objetos pareciam perder a cor, mergulhando numa paleta fria de sombras.

A cada pensamento negativo, a atmosfera se tornava mais pesada, como se o ar fosse lama.

Eloisa tentando se mover, percebeu que as pernas tremiam, como se o chão tivesse se tornado instável. O coração batia rápido, como tambor em ritual oculto.

Quase sucumbiu ao medo, mas, lembrando-se de antigos conselhos, ergueu os olhos e buscou dentro de si a prece esquecida.

A Prece é a ação de expansão mais simples para o nosso espírito. O Portal para Deus através do nosso coração, mas precisa ser feita com o coração para elevar a vibração através das energias da mente do espírito. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

As palavras não saíam perfeitas, mas carregavam verdade — e, nesse instante, o invisível reagiu.

Uma onda de calor suave lhe percorreu o peito, dissolvendo parte da opressão. O ambiente não se transformou totalmente, mas havia clareado. As sombras se retraíram, como feras ofuscadas pela luz. Pela primeira vez, entendeu que não estava apenas cercada pelo mal, mas também acompanhada por forças que aguardavam sua decisão para se manifestar.

Comentários:

Segundo a codificação kardequiana e os relatos de médiuns como Chico Xavier e Yvonne do Amaral Pereira, vivemos constantemente influenciados por forças invisíveis. O mundo espiritual não é uma ficção ou crença abstrata, mas uma realidade dinâmica que coexiste com o plano físico.

Nesse contexto, os ataques espirituais se apresentam como uma das manifestações mais significativas da interação entre os planos, sobretudo quando seres desencarnados, ainda presos às paixões e desequilíbrios da vida material, se aproximam dos encarnados. Esse contato invisível, porém contínuo, torna a vigilância íntima e o equilíbrio emocional uma necessidade constante. A sintonia com os planos superiores ou inferiores é determinada pela qualidade dos nossos pensamentos, intenções e hábitos diários. Assim, a educação espiritual e o cultivo de virtudes tornam-se instrumentos indispensáveis para manter-se protegido dessas influências. Para conceitos e estudos posteriores: Livro dos Médiuns, Capítulo XXIII, item 238

2. No 2º Grau: Espíritos em Desequilíbrio - Ação no Plano Físico (Fascinação)

O médium é um canal latente, esteja ele consciente ou não de suas responsabilidades internas (evolução e transformação) ou externas (harmonia com a natureza e as pessoas ao seu redor). Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena narrativa 2:

Júlio, em seu quarto, olhava para todos os lados nervoso com as sensações estranhas e ao mesmo tempo discutia em pensamento com alguém que já estava desencarnado. Ele sentia insultos ecoando na mente, como se fossem sussurros vindos das paredes. Pesadelos o despertavam todas as noites, com figuras que choravam ou o acusavam de antigas culpas. Às vezes, via vultos esquivos refletidos no espelho, vultos que não eram apenas fantasias, mas consciências presas ao sofrimento que buscavam nele um elo, uma comunicação.

Ele passou a carregar o peso de uma presença constante, como se alguém o seguisse a cada passo. O frio que sentia não vinha do clima, mas de uma aproximação invisível, de almas presas ao ressentimento. Seus pensamentos se confundiam com memórias que não lhe pertenciam. Um murmúrio lhe invadia, pedindo atenção, pedindo lembrança, pedindo justiça.

O que significa ver uma entidade de sombra que em silêncio nos diz mais sobre nós do que muitas conversas? Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Certa noite, ao despertar suado, notou uma silhueta imóvel no canto do quarto. Não era sonho. Os olhos daquela sombra, embora apagados, traziam dor que cortava como lâmina. Em seu íntimo, o homem reconheceu a ligação — havia ali algo que o passado não encerrara. O medo deu lugar a uma compreensão amarga: aquilo não era inimigo, mas laço antigo pedindo reparação.

Com lágrimas nos olhos, ele ergueu a voz num pedido de perdão. O quarto não se encheu de luz, mas o peso pareceu ceder por instantes. As sombras vacilaram, e o olhar da entidade suavizou-se em breve claridade. A luta não terminara, mas um caminho fora aberto — a ponte invisível entre mágoa e reconciliação.

Representação espiritual visual:

Pela percepção da clarividência é possível dizer que Júlio acordava cansado, como se não tivesse dormido. A mente parecia não lhe pertencer, ideias estranhas surgiam do nada e influenciavam seus gestos. Às vezes ria sem motivo, outras vezes chorava em desespero, sem explicação. Era como se alguém manipulasse suas cordas internas, forçando-o a agir em dissonância com sua própria essência.

Nas ruas, percebia olhares que não vinham de pessoas. Sombras acompanhavam seus passos, prendendo-se a seu corpo como tentáculos invisíveis. Ao tentar orar, uma voz zombeteira ecoava em sua mente, negando suas palavras. Os pensamentos não eram mais refúgio: haviam se tornado campo de batalha.

Em momentos de fraqueza, seu corpo parecia mover-se sozinho. Pequenos gestos — como abrir a janela ou derrubar objetos — aconteciam sem que desejasse. A consciência observava, impotente, enquanto forças estranhas disputavam o comando. O corpo, antes abrigo, transformara-se em território invadido.

Certa madrugada, um lampejo de coragem rompeu o torpor. Ela clamou com intensidade, não por milagre imediato, mas por força para resistir. As vozes cessaram por um instante, como se surpresas pelo grito do coração. Nesse intervalo, a esperança reacendeu: talvez fosse possível recuperar o domínio, mas somente através da disciplina e da fé constante.

Comentários:

Muitos espíritos, ao desencarnar, não reconhecem imediatamente sua nova condição. Presos a mágoas, ressentimentos ou aos vícios materiais, tornam-se habitantes das regiões conhecidas no Espiritismo como umbralinas, zonas de sofrimento e confusão mental. Emmanuel, por meio da psicografia de Chico Xavier, afirma que “a morte do corpo não transforma o espírito em anjo”, e que os desequilíbrios emocionais e morais persistem até que haja aprendizado e arrependimento. Esses espíritos, muitas vezes ignorantes de sua morte física, continuam a viver em suas realidades psíquicas fragmentadas, buscando encarnados com os quais compartilham histórias mal resolvidas, como foi o caso de Júlio nessa história. Essa conexão se dá por afinidade energética e emocional, podendo gerar obsessões duradouras e dolorosas. Daí a importância de desenvolver sentimentos de perdão e desprendimento, promovendo a libertação mútua entre encarnados e desencarnados. Para conceitos e estudos posteriores: Livro dos Médiuns, Capítulo XXIII, item 239.

3. No 3º Grau - A vontade é constrangida e corpo pode ter atos involuntários e compulsivos (Subjugação)

Medos, angústias e depressões podem se tornar a força de outros ao seu redor, tanto encarnados, quanto desencarnados. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena narrativa 3:

Sabrina, em seu apartamento, acordava sempre cansada, como se não tivesse dormido. A mente parecia não lhe pertencer, ideias estranhas surgiam do nada e influenciavam seus gestos. Às vezes ria sem motivo, outras vezes chorava em desespero, sem explicação. Era como se alguém manipulasse suas cordas internas, forçando-a a agir em dissonância com sua própria essência.

Nas ruas, percebia olhares que não vinham de pessoas. Sombras acompanhavam seus passos, prendendo-se a seu corpo como tentáculos invisíveis. Ao tentar orar, uma voz zombeteira ecoava em sua mente, negando suas palavras. Os pensamentos não eram mais refúgio: haviam se tornado campo de batalha.

O Caminho da Prece feita com o Coração. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Em momentos de fraqueza, seu corpo parecia mover-se sozinho. Pequenos gestos — como abrir a janela ou derrubar objetos — aconteciam sem que desejasse. A consciência observava, impotente, enquanto forças estranhas disputavam o comando. O corpo, antes abrigo, transformara-se em território invadido.

Certa madrugada, Sabrina num lampejo de coragem rompeu o torpor. Ela clamou com intensidade e fé, não por milagre imediato, mas por uma força para resistir. As vozes cessaram por um instante, como se surpresas pelo grito do coração. Nesse intervalo, a esperança reacendeu: talvez fosse possível recuperar o domínio e o controle, ou talvez o que fez as vozes cessarem estava além de si mesma.

Agora poderia dormir, mas sabia, que algo novo surgiu em seu vida e que a partir desse momento, precisava buscar e compreender o que lhe aconteceu no ato de fé. Caso contrário poderia se perder, novamente, nas brumas psíquicas que tentaram lhe dominar.

Representação espiritual visual:

Cordões prateados e enegrecidos entrelaçam períspirito e obsessor como raízes invasoras que se cravam no coração e no cérebro. Cada pensamento de medo ou de raiva reforça os nós, tornando o vínculo mais denso e mais difícil de romper. Ao lado, entidades luminosas buscam cortar os laços, mas só conseguem atuar quando a vítima levanta a mente em oração. Nesse instante, faíscas douradas explodem, dissolvendo parcialmente os vínculos, como se lâminas de luz queimassem as amarras da opressão.

O cenário se assemelha a um campo de guerra invisível, onde energias escuras se movem como tentáculos vivos. O corpo espiritual do obsidiado brilha em alguns pontos, resistindo, mas em outros mostra-se vulnerável e corroído. Cada prece pronunciada funciona como escudo, refletindo ataques que antes penetravam livremente. No alto, um círculo de luz se forma, vibrando como sino cristalino. Esse som etéreo desestabiliza as forças trevosas, dispersando-as em nuvens que se desfazem ao contato com a vibração mais alta do amor.

Comentários:

A literatura espírita e espiritualista descreve diversas formas de ataques espirituais, que vão desde a obsessão simples até a subjugação e a possessão. Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns e O Livro dos Espíritos, sistematizou esse fenômeno como um processo de obsessão, que pode se dar em três graus:• Obsessão simples: quando há influências espirituais constantes, mas ainda sutis.• Fascinação: quando o espírito obsessor interfere diretamente no pensamento e no juízo crítico da vítima.• Subjugação: quando o domínio do obsessor é tão intenso que afeta o comportamento e a vontade da pessoa. André Luiz, em Libertação e Nos Domínios da Mediunidade, descreve esses vínculos como cordões fluídicos que se fixam no perispírito, influenciando diretamente o sistema nervoso do encarnado. Isso pode gerar insônia, angústia persistente, alterações de personalidade e até distúrbios psiquiátricos que desafiam os tratamentos convencionais. Para conceitos e estudos posteriores: Livro dos Médiuns, Capítulo XXIII, item 240.

4. A Lei de Causa e Efeito e os Laços Kármicos (Obsessão pela dor do passado é caso complexo (obsessão simples, fascinação e subjugação))

Eduardo caminha em desespero e perturbações não compreendidas. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena narrativa 4:

O jovem Eduardo caminhava cabisbaixo, sentindo-se perseguido por azares constantes. Nada dava certo: relacionamentos fracassavam, negócios se desfaziam, amizades se transformavam em disputas.

À noite, sonhava com rostos conhecidos que o acusavam, exigindo reparações. Não compreendia de onde vinha tanta hostilidade.

Em muitos momentos gritava por dentro e por fora repetindo questionamentos do por quê tudo aquilo acontecia somente com ele? Porquê tudo e a todos só conspiravam contra ele?

Eduardo em vislumbre mediúnico de duas de suas vidas passadas: uma como guerreiro feroz e carrasco e outra como uma rainha orgulhosa e que praticava sentença e humilhações públicas para o seu prazer íntimo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Em oração, Eduardo buscou respostas, e imagens do passado surgiram: vidas antigas, atos de orgulho e crueldade que agora retornavam como sombras no presente. As figuras que o atormentavam não eram inimigos externos, mas vítimas suas de outrora. O peso do reconhecimento caiu como pedra sobre seu coração.

Durante semanas, talvez meses, resistiu à ideia de amar aqueles que o feriam nesta vida. A revolta crescia, mas cada gesto de ódio fortalecia ainda mais os laços invisíveis.

O sofrimento parecia sem fim, até que finalmente decidiu tentar: ao invés de reagir com ira, ofereceu compaixão. Mesmo em lágrimas, deu o primeiro passo.

A libertação pelo Ato de Fé. Quando a Prece fala pelo coração. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Naquele instante, a atmosfera ao seu redor mudou.

A dor não cessou totalmente, mas uma luz tênue atravessou o campo sombrio, quebrando parte das correntes.

Ele compreendeu: não era vítima de maldições e perseguições, mas aluno de um primeiro nível de uma escola divina, onde o primeiro mestre e lição era o perdão.

Representação espiritual visual:

No cenário espiritual, um tribunal sem juízes se ergue: apenas a consciência dos envolvidos se projeta em imagens vivas do passado. Crimes, lágrimas e gestos de dor reaparecem, e cada alma reconhece a verdade que carrega. Do alto, a Justiça Divina não pune, mas envolve a todos em uma teia luminosa que vibra como um coração. Essa rede une os envolvidos para o aprendizado mútuo, convidando-os não à vingança, mas à libertação pela compaixão e pelo perdão.

As correntes que antes os aprisionavam começam a se desfazer como poeira diante do sol. Em seu lugar, fios dourados se entrelaçam, representando oportunidades de reconciliação. O obsessor, ainda preso ao ressentimento, hesita em aceitar a luz, mas a chama da esperança já brilha em seus olhos. Acima deles, espíritos benevolentes sustentam a cena, irradiando vibrações de ternura. Não interferem com violência, mas aguardam a decisão de cada coração, pois na lei maior há sempre o livre-arbítrio.

Comentários:

É importante compreender que esses ataques espirituais não são castigos, mas partes de um processo pedagógico da alma. A Lei de Causa e Efeito, princípio fundamental do Espiritismo, ensina que colhemos hoje o que plantamos ontem, em termos de atitudes, sentimentos e escolhas. Dessa forma, os obsessores não são "demônios" exteriores, mas irmãos em sofrimento, com os quais muitas vezes temos dívidas espirituais. A justiça divina, segundo os ensinamentos espíritas, não se vinga, mas ensina. Cada prova ou expiação é uma oportunidade de reparação e crescimento moral. Dessa forma, ao invés de combater o obsessor com ódio ou medo, somos convidados a tratar com amor, compaixão e responsabilidade os vínculos cármicos que nos envolvem. A prece sincera, o serviço ao próximo e a reforma interior funcionam como antídotos para as más influências espirituais.

Para conceitos e estudos posteriores: Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V; O Céu e o Inferno, com vários exemplos de diálogos com Espíritos em diferentes estados (felizes, sofredores e medianos) e A Revista Espírita: Ao longo de suas publicações, Kardec abordou diversos casos de obsessão e tratamentos espirituais, revelando a origem e a natureza dos laços que unem obsessor e obsidiado.

5. O caso de Jéssica, para estudo e análise: a Influência Espiritual no Cotidiano Psíquico e Físico da médium Jéssica

Quantos casos clínicos de psiquiatria e de psicodiagnóstico pela psicologia não seriam reavaliados e até ampliados com a percepção expandida da mediunidade? Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena narrativa 5:

Jéssica acordava irritada sem motivo, como se cada detalhe fosse ofensa. Olhar vazio e distante das coisas.

As pessoas próximas notavam a mudança: uma ora quieta e distante, já em outras com palavras agressivas, impaciência, crises de choro.

No fundo, ela não queria agir assim, mas não conseguia conter a maré. O rastro invisível de sombras rondava cada pensamento.

Os dias passavam e os sonhos se tornavam cada vez mais perturbadores.

Acordava com gritos na mente, sons que ninguém mais ouvia. Tentava culpar o estresse, mas sabia que havia algo além. Seus sentimentos eram ventres abertos para presenças que se alimentavam de sua fraqueza.

Existem conhecimentos que iluminam e transformam em definitivo as nossas vidas, mas é necessário buscá-los e estudá-los. Como Jéssica fez a partir do Evangelho Segundo os Espiritismo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Certa noite, olhou para um canto do seu quarto e seus os olhos se dirigiram para um livro, um presente de sua mãe há muito tempo.

O livro era um Evangelho Segundo o Espiritismo esquecido na estante.

A leitura trouxe lágrimas e, por minutos, silêncio. Naquele instante, uma leveza penetrou o ambiente, como brisa fresca em quarto abafado.

Jéssica então, percebeu, que havia saída, mas precisava buscá-la, não por superficialidade já presentes na vida, mas por disciplina, fé direcionada e conhecimento para aquele amor falado no livro.

Esses pensamentos elevados trouxeram um grande alívio e sua mente foi intuída para uma prece que a fez dormir como há muito não dormia. Prece constante e vigilância íntima esses passaram a ser seus pensamentos nos dias seguintes.

Jéssica mais fortalecida se mantém firme diante dos seres das sombras, que são irmãos e irmãs em desvio e perturbação. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Esses dias foram de luta. As sombras voltavam persistentemente, tentando retomar terreno, mas agora ela sabia que não estava desamparada. A cada oração, sentia claridade abrir-se em torno de si. Descobriu que o amor não era apenas sentimento, mas escudo vibrante que expulsava a escuridão.

Representação espiritual visual:

Uma névoa escura envolve o corpo sutil, penetrando nos centros de energia como veneno invisível. Cada pensamento negativo abre fendas no campo espiritual, permitindo que entidades perturbadas se aproximem e ampliem a dor. Porém, quando a prece se eleva, uma chama azulada se acende no coração. O lar que pratica a vibração do amor torna-se muralha luminosa, dissipando lentamente a névoa e afastando os espíritos em desequilíbrio, como a aurora que desfaz a noite.

Jéssica, de forma contínua, faz as suas preces e gradualmente percebe a transformação das energias de seu quarto. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

A cena se transforma: as sombras que se agarravam às paredes recuam, grunhindo como feras feridas pela claridade.

O ambiente, antes sombrio, ganha contornos brilhantes, como se as paredes exalassem luz. Cada palavra de carinho pronunciada fortalece o escudo espiritual, criando uma atmosfera de paz quase tangível.

No alto, entidades luminosas posicionam-se em círculo, sustentando colunas de energia prateada.

Esses pilares funcionam como guardiões, assegurando que o lar permaneça como um farol de luz em meio à escuridão que ronda o mundo.

Comentários:

A influência dos espíritos se dá, frequentemente, de forma sutil e contínua. Pensamentos negativos, estados de depressão profunda, irritabilidade constante, sentimentos de raiva ou culpa exagerados podem indicar a presença de irmãos espirituais desequilibrados. Esses sinais precisam ser analisados com discernimento, pois nem todo sofrimento é de origem espiritual, mas quando somado a sintomas energéticos e psíquicos sem causa aparente, deve-se considerar a hipótese de influência espiritual. É importante reforçar que a mediunidade desequilibrada ou mal compreendida pode aumentar a sensibilidade a essas presenças. Por isso, práticas como o evangelho no lar, a frequência a centros espíritas sérios e o cultivo de hábitos saudáveis são meios eficazes de manter o campo espiritual protegido. O pensamento elevado é um escudo, e o amor é a luz que dissipa qualquer sombra.

Tendo estudado e analisado o caso da médium Jéssica, agora responda a seguinte pergunta: Para conceitos e estudos posteriores como qualificaríamos o caso de Jéssica, isto é, você como médium estudante como explicaria o caso dela?

6. Animismo Desequilibrado: Quando o Eu Interior Se Torna Fonte de Distorção (Fascinação e Subjugação)

O médium sem a leveza da simplicidade e a coragem da humildade gera em si mesmo desarmonia. Nessas condições abre o campo para se torna uma marionete das ilusões e de entidades obscuras. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Cena narrativa 6:

O médium Osvaldo, tomado pela emoção, acreditava ouvir vozes do além. Porém, suas palavras refletiam mais suas dores íntimas do que mensagens reais. Falava de culpas que nunca confessara, de medos ocultos, de ressentimentos que o corroíam. O público, fascinado, não percebia: não eram espíritos, mas sua própria alma em desalinho.

Com o tempo, as manifestações tornaram-se confusas. Profecias falhavam, orientações se contradiziam, e a desordem crescia. O médium, mergulhado em delírio, não aceitava correções. Sua vaidade reforçava as sombras, afastando os espíritos luminosos que antes o acompanhavam e ajudavam.

As crises emocionais aumentaram: tremores, visões distorcidas, surtos de fúria. Amigos notavam que a fronteira entre loucura e mediunidade tornava-se tênue. O coração, carente de humildade, era como espelho embaçado, incapaz de refletir a luz. O dom, sem disciplina, se convertia em fardo.

Um dos irmãos responsáveis pela Casa Espiritual se aproximou de Osvaldo e disse: Aqui meu irmão somos todos iguais diante dos Mestres Anciãos da Luz e o lema é simples: "Servir Sempre com Amor, Simplicidade e Humildade". Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Em certo momento, Osvaldo exausto, buscou ajuda. Um grupo fraterno o acolheu, não com aplausos, mas com estudo e serenidade. Ali percebeu que precisava mais de autoconhecimento do que de aplausos. A mediunidade não era palco, mas serviço. Essa verdade, amarga e libertadora, foi seu primeiro passo de cura.

Representação espiritual visual:

O interior da mente se projeta como um espelho partido, refletindo fragmentos de memórias dolorosas. As imagens surgem como fantasmas pessoais, vestidos com as cores do delírio, confundindo-se com verdadeiras manifestações espirituais. À medida que o médium se acalma, os estilhaços se reagrupam e um feixe de luz dourada os solda em harmonia. Surge, então, a clareza: compreender que o inimigo maior não está fora, mas na sombra interior que precisa ser iluminada com autoconhecimento.

No plano espiritual, observa-se uma dualidade clara: de um lado, formas distorcidas criadas pela mente em desequilíbrio; de outro, entidades luminosas aguardando que o médium se estabilize para então aproximarem-se. Essa espera revela a sabedoria do alto, que não impõe, mas respeita os limites humanos. Quando o médium aceita humildemente sua fragilidade, uma chuva de partículas prateadas recai sobre ele. Cada gota é bálsamo, dissolvendo as ilusões e abrindo espaço para que a verdadeira mediunidade floresça como cristal lapidado.

Comentários:

O animismo, embora natural no fenômeno mediúnico, pode tornar-se fonte de desequilíbrio quando emoções intensas ou traumas não resolvidos do médium se manifestam como se fossem comunicações espirituais. Nesses casos, o conteúdo transmitido reflete mais os estados internos do próprio encarnado do que mensagens dos desencarnados. Essa distorção pode levar a confusões doutrinárias, fanatismo ou mesmo delírios místicos, exigindo orientação adequada. Estudos sobre mediunidade, como os de Hermínio C. Miranda, alertam para a importância do autoconhecimento e do preparo moral do médium. Sem isso, o animismo desequilibrado pode ser confundido com mediunidade ostensiva e gerar desequilíbrios emocionais ainda maiores. O trabalho espiritual sério requer humildade, estudo contínuo e acompanhamento em grupos responsáveis. Para conceitos e estudos posteriores: A Gênese, Capítulo XIV, itens 47‑48; também mencionada em artigos e nos comentários posteriores de O Livro dos Médiuns.

Aos irmãos e irmãs, que leram até o final este artigo, um presente para os vossos corações e mentes. Todos somos iguais diante do Senhor da Luz, por isso, o lema de nossa amada Casa de Caridade Clara de Assis - CCCA é:

"Servir Sempre com Amor, Simplicidade e Humildade"

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Amor, Luz e Paz Sempre!

Salve a Grande Luz!

Ruan Fernandes

Equipe Cantinho dos Anciãos

Referências:

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Mateus 6:21.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro: FEB, 2005.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 74. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas: Teoria e Prática da Mediunidade. Rio de Janeiro: Publicações Lachâtre, [data desconhecida].

VYASA. Bhagavad Gita. Tradução de Swami Prabhupada. São Paulo: Editora Bhaktivedanta Book Trust, 2005. Cap. 2, v. 62–63.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (pelo espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.

XAVIER, Francisco Cândido (pelo espírito Emmanuel). Roteiro. Rio de Janeiro: FEB, [data desconhecida].

XAVIER, Francisco Cândido (pelo espírito André Luiz). Ação e Reação. Rio de Janeiro: FEB, [data desconhecida].

XAVIER, Francisco Cândido (pelo espírito André Luiz). Libertação. Rio de Janeiro: FEB, [data desconhecida].

XAVIER, Francisco Cândido (pelo espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade. Rio de Janeiro: FEB.