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O Caminho do Meio e a história de Helena

Atualizado: há 3 dias

Helena, uma personagem criada para o estudo sobre os ensinamentos do Caminho do Meio do Mestre Sidarta Gautama, Buda.                                                                                                             Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Helena, uma personagem criada para o estudo sobre os ensinamentos do Caminho do Meio do Mestre Sidarta Gautama, Buda. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Introdução


Praia do Forte, Bairro de Santos Reis numa imagem panorâmica da Cidade do Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.
Praia do Forte, Bairro de Santos Reis numa imagem panorâmica da Cidade do Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Natal, cidade de contrastes, é palco de belezas e agitações que convivem lado a lado.


Entre o brilho dourado das praias e o concreto que se ergue cada vez mais alto, milhões de vidas seguem em correria, buscando espaço, propósito e, muitas vezes, um alívio para a inquietação interior.



Representação da Orla.                                         Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Representação da Orla. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

O sol nordestino aquece as ruas, mas não consegue dissipar o frio silencioso que cresce nos corações daqueles que, em meio a compromissos e distrações, sentem-se perdidos em sua própria jornada.


É nesse cenário que a história de Helena Duarte se revela. Uma jovem natalense que, como tantos, buscava preencher o vazio através de conquistas, amizades e excessos. Porém, por trás dos risos e das noites intensas, o silêncio da alma clamava por algo maior. O cotidiano lhe apresentava tudo o que parecia suficiente: trabalho, diversão, companhia. Mas nada preenchia o espaço profundo que pulsava dentro dela, pedindo mudança.


Assim começa a travessia de Helena — não em terras distantes ou tempos antigos, mas nas ruas e parques da Natal contemporânea. Um percurso que, aos poucos, a levaria ao encontro dos ensinamentos de Buda e ao Caminho do Meio, revelando que equilíbrio e serenidade podem nascer até nos corações mais agitados.


É nesse momento de inquietação que a acompanhamos pela primeira vez.

 

Página 1 – O Despertar na Cidade


1.1 – A Cidade e os Excessos


Helena caminhando pelo centro da cidade, mas a sua mente estava confusa.          Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Helena caminhando pelo centro da cidade, mas a sua mente estava confusa. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Helena Duarte atravessava as ruas intensas de Natal como quem caminha dentro de um redemoinho.


Os carros passavam velozes, os ônibus deixavam passageiros apressados, ambulantes disputavam espaço nas calçadas, e o sol nordestino queimava como um farol implacável.


O calor do asfalto parecia subir até a alma. No entanto, dentro dela, havia uma inquietação ainda mais abrasadora: uma sensação de vazio que nem os risos nas rodas de amigos, nem as conquistas profissionais, nem os pequenos prazeres diários conseguiam preencher.


Representação de Helena em seu ambiente de trabalho.                                                  Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Representação de Helena em seu ambiente de trabalho. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Trabalhava em um escritório de tecnologia, cercada de telas e prazos, onde as notificações nunca cessavam.


As metas batiam forte como tambores em sua mente, e a cada dia a jovem sentia que algo escorria por entre os dedos — talvez fosse o sentido da própria vida.


À noite, deitada no pequeno apartamento no bairro de Tirol, rolava de um lado para outro na cama, mesmo quando o ar-condicionado aliviava o calor. A mente não descansava, como se estivesse sempre ligada a uma máquina invisível.


Para Helena, em cada lugar, as luzes coloridas e a música alta pareciam prometer um alívio momentâneo.                            Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Para Helena, em cada lugar, as luzes coloridas e a música alta pareciam prometer um alívio momentâneo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Em busca de extravasar o peso do trabalho, Helena se jogava nas noites da cidade.


Festas em Candelária, bares em Ponta Negra, boates em Petrópolis: em cada lugar, as luzes coloridas e a música alta pareciam prometer um alívio momentâneo.


Com amigos de longa data, bebia até sentir a mente leve e o corpo solto. “Helena, hoje é pra esquecer tudo, viu?”, dizia Gustavo, seu amigo de colégio, erguendo um copo cheio de vodka com energético. Ela respondia rindo: “Hoje eu quero é não lembrar nem o meu nome!”.


As noites eram um turbilhão de abraços, danças intensas, beijos rápidos, corpos se misturando no escuro da pista. Havia momentos de euforia, em que se sentia viva, desejada, como se a vida fosse uma chama ardente que jamais apagaria. Entre goles de cerveja e taças de gin, dizia às amigas: “É isso que a gente merece, né? Trabalhar de dia e viver de verdade à noite!”. E elas concordavam, brindando alto. Naquele instante, o vazio parecia desaparecer.


Mas ao amanhecer, a máscara caía. Deitada na cama, com a cabeça latejando e a boca seca, Helena sentia o gosto amargo da ressaca. Olhava o celular repleto de mensagens e fotos da noite anterior, mas nada disso aquecia seu peito. “Pra quê tudo isso?”, murmurava sozinha, fitando o teto. O corpo pesava, e a alma parecia mais vazia do que antes. Apesar das companhias, sentia-se só. Gustavo e os outros eram amigos de loucuras, de histórias engraçadas de adolescência, mas não eram companhias que inspiravam orgulho ou crescimento. “Eu tô cercada de gente, mas continuo sozinha”, pensava, engolindo em seco a sensação de estar vivendo uma vida sem direção.


1.2 – O Encontro no Parque das Dunas


Os limites impostos a nós mesmos sem o equilíbrio.                                                          Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Os limites impostos a nós mesmos sem o equilíbrio. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Naquela tarde, Helena sentiu que não aguentava mais ficar dentro do apartamento. As paredes a sufocavam, e a mente rodava como uma máquina quebrada. Levantou-se de repente, pegou as chaves do carro e disse em voz baixa, quase como um grito engasgado:


— Eu preciso sair daqui… eu preciso respirar.


Entrou no carro e ligou o motor com força. O rádio explodiu em uma música pop acelerada, que a irritou ainda mais.


O trânsito na avenida Salgado Filho estava carregado, carros em fila, buzinas sem pausa e um sol para cada um. A cada parada brusca, seu coração disparava, as mãos suavam no volante. A respiração era curta, ansiosa, como se não houvesse ar suficiente em Natal inteira para encher seus pulmões.


De repente, um motociclista surgiu de lado, e ao desviar no reflexo, quase colidiu com o carro da frente. O motorista, furioso, baixou o vidro e gritou:


— Tá maluca, mulher? Não sabe dirigir não! Quer matar alguém?! Outro carro buzinou longamente, e uma voz anônima lançou insultos que cortaram o ar como facas.


Helena congelou. Por um instante, não sabia se chorava, se gritava, ou se simplesmente largava o volante ali mesmo. Sentiu-se esmagada pelo peso do mundo, pequena diante do caos da cidade e da própria mente. Seus dedos tremiam, e o olhar fixo no retrovisor parecia incapaz de encontrar saída.


Mas, depois de alguns segundos que pareceram eternos, respirou fundo. Muito fundo. E disse a si mesma, quase em tom de ordem:


— Calma, Helena. Reage. Você é forte.


Recompôs o corpo no banco, ajustou as mãos no volante e voltou a dirigir, ainda trêmula, mas determinada a não se deixar afundar. O caminho até o Parque das Dunas pareceu uma travessia longa, cada semáforo vermelho era um teste de paciência, cada buzina um espinho. Quando finalmente estacionou o carro, sentia-se esgotada, como se tivesse corrido uma maratona sem sair do lugar.


Representação de Helena chegando no Parque das Dunas.                                 Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Representação de Helena chegando no Parque das Dunas. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Caminhou até a entrada do parque. As árvores altas e a sombra fresca contrastavam com o calor da cidade. Helena parou, colocou as mãos nos joelhos e respirou fundo, tentando recuperar o fôlego, mas o coração ainda batia descompassado. Sussurrou para si mesma:


— Eu preciso mudar… só não sei como.


Havia dor em suas palavras, mas também coragem. Apesar de abalada e desnorteada, não era uma mulher frágil. Era forte, batalhadora, alguém que já tinha enfrentado os altos e baixos de uma vida intensa. E naquele instante, entre a angústia e a esperança, decidiu que precisava ao menos tentar outro caminho.


O ambiente natural é fundamental para o nosso bem-estar.                                    Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
O ambiente natural é fundamental para o nosso bem-estar. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Foi então que começou a caminhar lentamente pelo parque, buscando um espaço para se aquecer e se preparar para correr.


O corpo ainda estava tenso, mas algo no ambiente, o verde das árvores e o canto dos pássaros, parecia oferecer uma promessa de alívio.


E foi nesse percurso, enquanto se ajeitava para alongar os músculos, que seus olhos captaram algo inesperado: um grupo sentado em círculo, respirando em silêncio, como se todo o tumulto da cidade não existisse.


Curiosa, parou. Havia serenidade nos rostos, uma calma que parecia estrangeira ao mundo do qual vinha. Uma senhora de olhos serenos notou sua presença e, sorrindo, disse com naturalidade:


— Quer se juntar a nós? Estamos apenas respirando.


A simplicidade daquele convite a desarmou. Apenas respirar. Algo tão simples, mas que naquele instante soou como uma revelação apesar de estranho. Helena pensou por um momento, mas antes que aceitasse perguntou pelo dia e horário de reunião do grupo agradeceu e seguiu com a caminhada. Mas na sua cabeça se repreendia do porquê de não ter já aceitado um convite tão simples, pois reconheceu no íntimo, pela primeira vez em muito tempo, que aquela poderia ser a possibilidade de um ritmo novo para sua vida.


2 O reencontro


Quando corremos mais do que a vida é necessário refletir sobre o sentido do presente, das pessoas ao nossos redor e das coisas que realmente são importantes. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Quando corremos mais do que a vida é necessário refletir sobre o sentido do presente, das pessoas ao nossos redor e das coisas que realmente são importantes. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

No final de semana seguinte Helena chegou um pouco mais cedo do que o horário informado pela senhora. Ela se deu conta, neste momento, de que nem havia perguntado o nome daquela senhora gentil.


O Parque das Dunas parecia respirar por si só naquela manhã. As árvores altas se entrelaçavam como muralhas verdes que filtravam a luz do sol em fragmentos dourados.


Helena caminhava devagar, ainda carregando no peito a agitação do trânsito diário e os ecos de sua irritação e estresse com o trabalho.


Amizades e o compartilhamento das experiências saudáveis.                                                                 Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Amizades e o compartilhamento das experiências saudáveis. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

O ar parecia mais fresco, mas o coração ainda corria em disparada. Quando parou para se apoiar em um tronco áspero, deixou que o suor escorresse livremente pelo rosto, como se cada gota fosse também um resíduo da ansiedade que tanto a sufocava.


Foi então que percebeu, a poucos metros, que um pequeno círculo de pessoas começavam a se reunir em silêncio. Apesar da ansiedade por se aproximar ainda mais preferiu observar de longe por enquanto.


Não havia placas, nem símbolos chamativos, apenas uma roda simples, com olhos fechados e respirações compassadas.


A cena lhe pareceu estranha e, ao mesmo tempo, curiosamente magnética. Helena permaneceu observando, tentando entender como aquelas pessoas conseguiam estar tão serenas em meio à vida ruidosa da cidade. Era como se existisse uma bolha invisível de calma que a convidava a entrar.


Gentileza Gera Gentileza - Gentileza gera e desenvolve a consciência para uma nova Gentileza.                                                                 Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Gentileza Gera Gentileza - Gentileza gera e desenvolve a consciência para uma nova Gentileza. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Uma das mulheres, de cabelos grisalhos e pele marcada pelo tempo, abriu os olhos e encontrou o olhar de Helena que ao perceber o olhar da senhora tentou disfarçar. A senhora ao invés de afastá-la com indiferença, sorriu com uma doçura que desarmava qualquer defesa.


A senhora levantou-se e se aproximou devagar, sem pressa, e sem que Helena percebesse ela ofereceu uma garrafa de água. Helena surpreendida hesitou por um segundo, mas aceitou. Sentiu a água descer pela garganta como se fosse mais do que líquido: parecia uma bênção.


O gesto simples a comoveu de um jeito inesperado, como se naquele instante alguém tivesse enxergado sua dor sem precisar de explicações. Então a senhora perguntou:


— Está tudo bem com você? — num tom suave, quase maternal.


— Eu não sei… — respondeu Helena, sem conseguir conter a honestidade. — Sinto como se estivesse me afogando todos os dias.


A mulher apenas assentiu, sem pressa em oferecer conselhos, e disse:


— Então talvez esteja na hora de aprender a respirar de verdade. Qual o seu nome?


— Meu nome é Helena.


— Muito prazer Helena, meu nome é Sanni. Eu vejo que está muito agitada e sua respiração demonstra que possui muitas preocupações e desequilíbrios interiores.


— Helena apenas assentia com a cabeça ansiando por respostas.


— Então... Helena, seguiu comentando Sanni. — Quando a mente se agita e o coração se aperta, devemos lembrar: que não há pressa e nem obrigação que valha o nosso desequilíbrio emocional e espiritual — disse Sanni, olhando-a com paciência infinita enquanto colocava sua mão em cima do coração de Helena.


— O Mestre Buda, continuou Sanni, — nos ensina, que O Caminho do Meio convida-nos a caminhar com equilíbrio, percebendo cada passo sem se afogar no excesso ou na falta. Portanto, me acompanhe. Primeiro respire, observe seus pensamentos e aceite-os sem julgamento. É no equilíbrio entre impulso e contenção que encontramos clareza. — Sinta que cada respiração conecta você ao mundo e a si mesma, mesmo quando tudo parece desordenado. Confiança no ritmo natural da vida é a chave para não se perder. Agora quando retornar para casa repita pelo tempo que você puder o exercício que fiz com você.


Helena assentiu com a cabeça e agradeceu as orientações de Sanni. A simplicidade do novo convite a respirar e o doce acolhimento das palavras de Sanni, novamente, desarmaram Helena. Apenas respirar? De novo algo tão simples, o que tem de mais em respirar? O que significaria respirar de verdade? Eu respiro desde que eu nasci, não sei porque e o que me faria ser melhor ao melhorar minha respiração.

 

Helena ficou se questionando com aquelas palavras. Elas ecoaram dentro dela com um peso misterioso, como se guardassem um segredo. Não insistiu em perguntas externas, apenas agradeceu em silêncio, novamente, e, ao se despedir, caminhou de volta para casa sentindo que algo, por menor que fosse, havia se deslocado em seu interior.

 

3. Os Primeiros passos


Helena começou a buscar pequenas rotinas que lhe trouxessem um pouco do equilíbrio sentido no parque.


Um novo despertar para a vida.                           Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Um novo despertar para a vida. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Ao acordar, em vez de se jogar imediatamente nas telas e mensagens, permaneceu alguns minutos observando a luz do sol entrando pelas janelas. O ar fresco da manhã parecia acariciar sua pele e, pela primeira vez em muito tempo, percebeu o ritmo lento do próprio corpo, algo que jamais havia notado nas corridas contra o relógio do cotidiano.


Decidiu então participar de uma sessão de meditação guiada. Ao chegar ao parque, sentiu novamente a mistura de ansiedade e expectativa. O chão coberto de folhas secas rangia sob seus passos, e o canto distante de pássaros parecia acolher seu coração ainda inquieto.


Namastê!                                                   Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Namastê! Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Sentar-se entre aqueles praticantes, todos imersos em respiração e silêncio, provocou nela uma estranha sensação de pertencimento, como se finalmente estivesse em um lugar seguro, ainda que cercada pela cidade viva.


O instrutor se aproximou de todos e então iniciou com as palavras:


— Namastê! Meu nome é Júlio.


Gratidão pela presença de todos! Eu peço a licença e gentileza para iniciarmos a nossa meditação guiada. O primeiro passo é se concentrar em nossa própria respiração. Quando inspirarem não agridam os pulmões. Puxem o ar docemente até onde for possível e soltem pela boca com os lábios pressionando o ar que sai. Nós faremos cinco vezes o fluxo dessa respiração inspirando e expirando com calma.


Após repetirem o instrutor continuou:


Agora faremos o mesmo fluxo nos concentrando ainda mais na respiração e em nosso interior. Que o processo desse fluxo não seja automático, mais sim prazeroso como uma benção pelo momento vivido em compartilhado com a natureza e o cosmos reunidos através das pessoas aqui presentes.


Inicialmente, a mente de Helena disparou, trazendo lembranças de prazos não cumpridos, mensagens não respondidas e pequenos ressentimentos cotidianos.


Os desbloqueios internos.                                          Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Os desbloqueios internos. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

O instrutor percebeu que Helena parecia excessivamente rígida em sua respiração e o corpo transmitia dificuldades de realizar a naturalidade do fluxo. Então se levantou e foi até Helena. Ao se aproximar sentou-se e pediu perdão por interrompê-la e disse:


— Helena, não busque resultados imediatos — disse o instrutor, inclinando-se levemente.


E continuou dizendo:


Às vezes o que você precisa não é de mais esforço, mas de silêncio; Não é de mais luta, mas de Paz; Dê um tempo para a sua cabeça, porque até o que é bonito cansa, até o que é leve pesa se não parar e descansar.


— O Caminho do Meio se revela quando aceitamos o que somos no momento presente. Nem fugir do sofrimento, nem se perder nos prazeres extremos nos traz equilíbrio. Observe, aceite e aprenda a respirar mesmo quando a mente estiver cheia. Cada gesto consciente constrói o caminho, e cada respiração, o equilíbrio entre ação e contemplação. É na atenção tranquila que encontramos liberdade.


Após as orientações do instrutor, aos poucos, Helena a cada inspiração e expiração transformava-se em um fio de conexão entre corpo e mente, um gesto simples que, paradoxalmente, parecia segurar o caos exterior.


Quando abriu os olhos, notou que o sol já atravessava o parque em ângulos diferentes, pintando o chão com sombras e luz. Sentiu uma leveza inesperada, como se parte do peso acumulado nos últimos meses tivesse sido deixado ali, sobre a grama. Um sorriso tímido surgiu em seu rosto, quase involuntário, e ela percebeu que, apesar da instabilidade, havia dado o primeiro passo real em direção a uma transformação que vinha sendo adiada há muito tempo.

 

4. A queda e a persistência


Os momentos de fraqueza fazem parte de cada processo, mas é só persistir.                                           Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Os momentos de fraqueza fazem parte de cada processo, mas é só persistir. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Não demorou para Helena perceber que o caminho não seria linear.


Alguns dias após a primeira meditação completa, sentiu novamente a pressão do trabalho, o peso das cobranças familiares e as vozes internas críticas.


Uma tarde, ao tentar meditar em casa, a mente se encheu de imagens de festas passadas, arrependimentos e antigos fracassos, e a sensação de inadequação voltou com força.


— Por que eu não consigo me controlar? — murmurou, batendo a mão no sofá. — Droga, nada muda em minha vida!


O eco da própria voz reverberou pela sala e Helena se sentiu sufocada. Por alguns minutos, pensou em abandonar a prática e voltar às fugas de antes, buscando esquecer o vazio com distrações externas. Mas algo dentro dela ainda resistia, lembrando o calor e a serenidade que sentira no círculo de meditação do parque.


Os ciclos de atenção contínuos e o fluxo da persistência.                                                        Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Os ciclos de atenção contínuos e o fluxo da persistência. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

No encontro seguinte, compartilhou sua frustração com o instrutor Júlio, que a ouviu sem pressa. Então após sua fala disse:


— Cada tropeço é uma oportunidade de aprendizado — explicou o instrutor, olhando-a com paciência.


E olhando para a natureza disse:


— A mente é como um rio, Helena: às vezes turbulenta, às vezes serena. O importante é não deixar de voltar à margem.


— Buda nos ensina que no Caminho do Meio, a persistência vale mais que a perfeição. Cada queda revela pontos que precisam de atenção e cada retorno fortalece o coração. Observe suas reações sem se julgar, aceite o erro e siga em frente. É na constância, e não na ausência de tropeços, que encontramos equilíbrio.


Com isso, Helena aprendeu que a persistência não dependia da perfeição. Cair fazia parte do caminho, e retornar à prática, mesmo que exausta ou desanimada, era o que fortalecia sua consciência. Aos poucos, passou a encarar os tropeços não como fracassos, mas como etapas necessárias de crescimento.

 

5. O despertar da compaixão


À medida que os dias avançavam, pequenas mudanças começaram a se manifestar. No trânsito, que antes era motivo de explosões de raiva, Helena agora respirava antes de reagir. Buzinas e xingamentos ainda a irritavam, mas ela percebia os impulsos sem ser dominada por eles, como se observasse o caos de fora para dentro. Cada respiração profunda tornava-se um pequeno ato de libertação.


O raiar de um novo sol interno e externo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
O raiar de um novo sol interno e externo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Um dia, ao notar uma senhora pedindo ajuda na avenida, a jovem não desviou o olhar. Sem pensar, entregou-lhe uma garrafa de água que levava no carro. O sorriso de gratidão atravessou Helena como um clarão inesperado, e ela compreendeu que a compaixão não era piedade, mas a percepção viva e profunda do outro dentro de si mesma.


Essa experiência a fez perceber nuances de sua própria vida que antes passavam despercebidas: gestos simples tinham poder transformador, e a gentileza, quando genuína, retornava como um sopro de leveza.


Caminhando à beira-mar em Ponta Negra, o sol refletia no oceano e cada onda parecia sussurrar a mesma lição: a vida podia ser sentida sem pressa, em cada detalhe.


Helena começou a cultivar pequenos atos cotidianos de cuidado consigo e com os outros. Cada gesto se tornava simbólico, cada respiração consciente, uma escolha. Sentia que a prática não era mais restrita ao parque, mas se infiltrava em sua existência inteira, tornando o ordinário extraordinário.


À beira-mar, observando as ondas e o Morro do Careca, sentiu o coração aquecido. Compreendeu que o mundo podia ser mais gentil quando olhado com atenção e presença.                                 Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
À beira-mar, observando as ondas e o Morro do Careca, sentiu o coração aquecido. Compreendeu que o mundo podia ser mais gentil quando olhado com atenção e presença. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Num final de semana foi convidada por Luna, uma amiga do grupo de meditação do Parque das Dunas para irem até a praia de Ponta Negra.


À beira-mar, observando as ondas e o Morro do Careca, sentiu o coração aquecido. Compreendeu que o mundo podia ser mais gentil quando olhado com atenção e presença.


Os pequenos gestos tornaram-se atos significativos, e cada passo consciente passou a revelar algo novo sobre ela e as outras pessoas. Helena ao observar aquele Santuário natural e espiritual começou a identificar cada uma de suas riquezas como num profundo e particular diálogo de pensamentos:


— Sob o céu de um azul profundo e, praticamente, sem nuvens, eu sinto a areia quente acariciar os meus pés descalços, como uma delicada massagem de acolhimento. As ondas, que chegam mansamente à praia, se desfazem em finas espumas brancas, como rendas delicadas.


A água, em um espetáculo de tons de azul e turquesa, reflete o brilho dourado do sol, transformando a superfície em um tapete de diamantes cintilantes. Nossa como brilha! E a brisa suave, com seu sabor salgado, traz a calma como um sopro de sabedoria vinda do oriente e que a mente e o corpo tanto precisam.


O som do mar é um canto? Quem está cantando? Porque essa frequência nesse ritmo constante e suave, com certeza alguma coisa ecoa na minha mente como uma melodia tranquilizante, e o som dos pássaros e o calor do sol completam o momento. O horizonte, onde o céu e o mar se encontram, me convida a um momento de reflexão sobre a imensidão da natureza e a beleza do instante presente. Será esse o momento que algumas pessoas dizem, que mesmo que por um instante, eu senti e estive com minha alma?


Após um momento em suas contemplações Helena é observada por Luna que lhe diz:


— Helena, compaixão não exige grandiosidade — disse Luna, sentando-se ao seu lado na areia. O conhecimento sobre os Ensinamentos dos Mestres nos revela que a alma é tocada profundamente quando percebemos que somos parte do todo e entendemos que em nosso caminhar, as melhores escolhas apontam para o equilíbrio e harmonia do caminho do meio.


Luna continuou após breve pausa dizendo:


— A alma nasce do extraordinário, da essência divina e no instante em que escolhemos agir com atenção e bondade, mesmo diante do estresse ou da irritação reencontramos em nós essa mesma essência divina extraordinária. Ao reconhecer a humanidade do outro e a sua própria, encontramos equilíbrio. O Caminho do Meio não é apenas interno; ele se manifesta nos gestos cotidianos. Praticar compaixão é praticar presença.

 

6. O confronto interior


Helena, ao meditar sozinha, tinha lembranças dolorosas do passado.                               Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Helena, ao meditar sozinha, tinha lembranças dolorosas do passado. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Apesar do progresso, a jovem ainda enfrentava sombras. Ao meditar sozinha, lembranças dolorosas do passado ressurgiam: brigas familiares, amizades rompidas, escolhas que a haviam magoado. Helena passou a fazer meditações em casa.


A meditação em seu lar parecia mais confusa, a impressão era que estava sozinha e o exercício agora era como olhar dentro de um espelho profundo: refletia não apenas serenidade pelo momento da meditação em si, mas também feridas não cicatrizadas.


“Se eu fugir, não aprendo nada”.                            Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
“Se eu fugir, não aprendo nada”. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Em algumas noites, chorava silenciosa, sentindo que a dor que carregava não tinha endereço. As memórias latejavam, mas Helena começou a reconhecer que a resistência só prolongava o sofrimento.


“Se eu fugir, não aprendo nada”, dizia para si mesma, respirando fundo enquanto deixava que cada emoção fosse sentida sem julgamento.


A prática começou a revelar que o Caminho do Meio não é ausência de sofrimento, mas a habilidade de caminhar através dele.


Cada lágrima derramada na solidão tornava-se um aprendizado, uma oportunidade de se reconectar consigo mesma e com os outros de forma mais autêntica.




Helena, o silêncio não é ausência de vida ele é o espaço onde tudo se revela.              Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Helena, o silêncio não é ausência de vida ele é o espaço onde tudo se revela. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Nesse momento lembrou das palavras do instrutor Júlio:


— Helena, o silêncio não é ausência de vida — disse o instrutor, com uma voz pausada como um rio calmo. — Ele é o espaço onde tudo se revela. Se corremos demais, nos perdemos no ruído; se fugimos dele, jamais ouviremos a nós mesmos. O Caminho do Meio nos convida a acolher o silêncio sem medo, a ouvir o que surge e deixar ir o que pesa. É nesse intervalo que encontramos clareza e aprendemos a respirar em harmonia.


Assim, Helena aprendeu a acolher suas sombras como parte de sua própria humanidade. O confronto interior deixou de ser ameaça e passou a ser um aliado silencioso, mostrando onde precisava crescer e onde podia se fortalecer.


7. A consolidação do Caminho do Meio


Helena integrou os ensinamentos no cotidiano. Ela compreendeu que a serenidade não surgia da negação dos excessos nem da obsessão por controle, mas do equilíbrio consciente entre as demandas externas e as necessidades internas.                                                        Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Helena integrou os ensinamentos no cotidiano. Ela compreendeu que a serenidade não surgia da negação dos excessos nem da obsessão por controle, mas do equilíbrio consciente entre as demandas externas e as necessidades internas. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Com o tempo, Helena integrou os ensinamentos no cotidiano. Ela compreendeu que a serenidade não surgia da negação dos excessos nem da obsessão por controle, mas do equilíbrio consciente entre as demandas externas e as necessidades internas. Cada escolha — trabalhar, descansar, se divertir, amar — passou a ser tomada com atenção e presença.


Caminhar pela cidade tornou-se um exercício de consciência. Observava detalhes que antes ignorava: o grafite colorido nos muros, o cheiro da maresia, o calor do sol sobre a pele. Até tarefas simples, como preparar uma refeição ou arrumar a casa, ganharam profundidade, tornando-se oportunidades de presença.


Nos momentos de desafio, respirava conscientemente e se lembrava dos Ensinamentos do Mestre Buda através da amiga Luna no Parque das Dunas:


— Helena, o Caminho do Meio não retira os desafios — disse sua colega de grupo, durante uma caminhada no parque. — Ele nos ensina a enfrentá-los sem nos perdermos.


ÔM MANI PADMÉ UM                             Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
ÔM MANI PADMÉ UM Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

O excesso nos leva ao descontrole, a falta nos leva à omissão. Mas o equilíbrio está em agir com firmeza e compaixão ao mesmo tempo. Não é sobre vencer disputas, mas sobre transformar cada encontro em aprendizado. A vida cotidiana é o maior templo de prática.


A irritação no trânsito não a dominava mais, e as pressões do trabalho eram enfrentadas com paciência e autocuidado. A prática de atenção plena transformava cada instante em um campo de aprendizado e equilíbrio.


Helena sentia que o Caminho do Meio não era uma meta a ser alcançada, mas uma presença contínua, um fio de vida que conectava todas as experiências, as leves e as pesadas, em uma tapeçaria coerente e viva. Como o som emitido numa mesma frequência em harmonia continuamente.


ÔM MANI PADMÉ UM

 

8. A nova aurora


Cada passo era consciente e leve, cada respiração, um lembrete da jornada que percorreu.                                                 Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Cada passo era consciente e leve, cada respiração, um lembrete da jornada que percorreu. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Meses depois, Helena caminhava novamente pelo Parque das Dunas. O sol escaldante que antes parecia implacável agora aquecia suavemente seu corpo, como se a natureza estivesse celebrando sua mudança interna.


Cada passo era consciente e leve, cada respiração, um lembrete da jornada que percorreu.


Ela refletiu sobre o quanto havia mudado: as festas e fugas não tinham mais o mesmo apelo, a ansiedade se tornara apenas uma visitante passageira, e a vida cotidiana passou a oferecer pequenos prazeres conscientes e significativos. O olhar sobre si e sobre os outros estava mais compassivo, mais atento.


O equilíbrio começa pela respiração.                Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
O equilíbrio começa pela respiração. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Ao se sentar sob a sombra de uma árvore, fechou os olhos e respirou profundamente. Sentiu a energia da cidade, do mar próximo, das dunas e do vento, entrelaçar-se com sua própria presença.


A respiração era agora um elo entre seu corpo, sua mente e o mundo ao redor.


Nesse instante se aproximou, Sanni, a senhora de cabelos grisalhos, com um olhar sereno como a observar Helena por um breve momento, e disse:


— Olá Helena! Vejo que está aprendendo a respirar.


— Helena sorriu reconhecendo a voz de Sanni.


— Estou tentando, Sanni, estou tentando - respondeu sorrindo.


— Veja Helena – apontou Sanni para as pessoas ao seu redor, cada uma dessas pessoas está segundo o seu ritmo. Você já vem percebendo que o Caminho do Meio não é apenas um ensinamento antigo, mas a própria vida se desdobrando diante de nós mesmos quando em equilíbrio. Esta forma inteira e viva se apresenta renovada, gradualmente, a cada novo passo dado no Caminho do Meio, que não é uma chegada, mas um florescer contínuo — disse a senhora de cabelos grisalhos, que agora a tratava como discípula e amiga.


Sanni conversando com Helena.                         Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Sanni conversando com Helena. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Sanni continuou enquanto Helena ouvia atentamente os ensinamentos:


— Buda Shakyamuni nos mostra que a paz não é ausência de dor, mas a capacidade de atravessá-la com equilíbrio. Quando não buscamos demais nem fugimos demais, aprendemos a estar presentes. A serenidade nasce assim: como uma flor que desabrocha no tempo certo, sem pressa nem resistência.


Enquanto Sanni falava um aroma de rosas se espalhava pelo ambiente e ao seu lado uma cena deslumbrante se descortinava. Um semblante iluminado foi se revelando juntamente com um cenário fabuloso com Sanni, Helena e uma belíssima mulher num jardim de cerejeiras na primavera.


Representação da visão de Helena no jardim de cerejeiras na primavera.                                        Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Representação da visão de Helena no jardim de cerejeiras na primavera. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

Helena impressionada nem piscava. Ao perceber o olhar atônito de Helena, a mulher ao lado de Sanni, uma belíssima jovem, de cabelos longos, de rosto oriental e trajando uma linda vestimenta chinesa, o Honfu, muito parecido com o kimono feminino japonês se posiciona na frente de Helena.


Em seguida, a belíssima jovem apenas cumprimenta Helena baixando levemente a cabeça e desaparece como uma brisa leve no ar.


Sanni com as palmas das mãos unidas olha para Helena e pergunta:


— Não vai agradecer pelo presente que a Mestra Kuan Yin nos deu? – Helena emocionada apenas consegue acompanhar e repetir em seguida o movimento feito por Sanni dizendo:


— Namastê, Mestra Kuan Yin.

 

Epílogo – O florescer do Caminho


Entre um extremo e outro, ela havia encontrado um espaço silencioso, uma clareza que iluminava cada passo.         Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.
Entre um extremo e outro, ela havia encontrado um espaço silencioso, uma clareza que iluminava cada passo. Imagem do Cantinho dos Anciãos criada por i.a.

O tempo seguiu seu curso, e com ele, Helena aprendeu a caminhar diferente. Não havia se tornado imune às dores da vida, nem deixara de enfrentar contratempos. O trabalho ainda exigia dela, o trânsito ainda era barulhento, e os dias ainda traziam suas provas. Mas agora, entre um extremo e outro, ela havia encontrado um espaço silencioso, uma clareza que iluminava cada passo.


O Caminho do Meio não lhe ofereceu milagres instantâneos, mas lhe ensinou a reconhecer os próprios limites, a respirar diante das pressões e a cultivar compaixão mesmo em meio ao caos urbano. Descobriu que equilíbrio não é se afastar do mundo, mas aprender a habitá-lo sem se perder nele. A serenidade não se tornou um prêmio distante, mas uma prática diária, tão simples e profunda quanto inspirar e expirar.


Olhando para trás, Helena compreendia que cada tropeço, cada arrependimento, cada lágrima havia sido parte da construção de sua caminhada. O vazio inicial não desapareceu por completo — ele se transformou em espaço fértil, onde agora floresciam propósito, atenção e compaixão. O silêncio que antes a assustava tornou-se refúgio; o cotidiano, antes sufocante, tornou-se campo de aprendizado.


E assim, sua história ecoa para além dela mesma. Pois cada leitor, cada buscador, pode reconhecer em sua jornada os próprios desequilíbrios, vazios e excessos. E, ao mesmo tempo, pode encontrar no Caminho do Meio uma resposta atemporal: viver com simplicidade, caminhar com presença, respirar com consciência. Afinal, como Helena descobriu, a verdadeira mudança não nasce no distante, mas no agora — no passo equilibrado entre o que somos e o que podemos nos tornar.



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Amor, Luz e Paz Sempre!

Salve a Grande Luz!



Ruan Fernandes

Equipe Cantinho dos Anciãos

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