Arquitetura fluídica do tabernáculo
- Raul César

- 19 de dez.
- 8 min de leitura
Da série inicial de vinte e um artigos:
- Texto 15 -
Na atualidade, erguem-se os Núcleos Espíritas como templos verdadeiros, onde Jesus deve estar representado [...] pelas atitudes essencialmente cristãs dos seus frequentadores.[2]
Wilson F. de Melo
![Portas para o recomeço. O Tabernáculo em sua forma simples. [1] Imagem do Cantinho dos Anciãos gerada por I.A.](https://static.wixstatic.com/media/58e55e_15c233022e6040748c2139da78ddca83~mv2.png/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/58e55e_15c233022e6040748c2139da78ddca83~mv2.png)
Logo assim que nos defrontamos com o aspecto arquitetônico da estrutura, tivemos um leve susto, afinal, quantas vezes esse mesmo lugar já fora visitado, e, ainda assim, não havia sido percebido de tal maneira. Esse sentimento foi unânime entre os encarnados que passaram pela mesma experiência. Logo à entrada, foi possível avistar os múltiplos portais que, formados com um arco em sua parte superior, faziam lembrar a arquitetura das portas de antigos templos muçulmanos. Eles não eram formados com uma estrutura sólida, mas vibracional. Um olhar atento àquele leve tom de marrom claro e já era possível perceber as ondulações de frequência que eles emitiam. Quatro, entre entradas e saídas, eram as portas no andar inferior, tendo a casa muitas outras ao longo de seu grande comprimento. Na parte mais alta, viam-se três portais, um ao centro, um a direita e outro à esquerda.

Quando foi concedida a autorização para adentrar pela porta mais alta, localizada ao centro, foi possível visualizar um símbolo, uma formatação de luz cravada em tons azuis, brancos e róseas. O símbolo detinha o formato de dois cristais biterminados sobrepostos, cruzando-se em matrizes distintas, sendo um deles muito semelhante a um quartzo rosa. Uma base, em formato de disco solar, conferia sustentação àquela forma astral. Tal símbolo constitui a identidade espiritual da Casa. Enquanto tentávamos captar os detalhes daquela geometria, um velho e respeitável senhor, de longas barbas grisalhas e ombros levemente curvados, surgiu portando um artefato com o mesmo emblema. Era um guardião do templo, um ancião responsável pela manutenção da matriz energética local. A cena, de beleza sublime, trouxe uma profunda emoção; era um sinal divino de esperança e amparo.
Desejando compreender a dimensão do templo, pedimos ao irmão espiritual que nos acompanhava para vermos em perspectiva o templo, de forma que conseguíssemos visualizar com maior amplidão o formato da casa, que parecia ter um formato retangular, expectativa essa que foi confirmada, dado o panorama da vista de cima, quando fomos levados a ver. O portal erguido na parte central e superior do templo tinha uma continuação longa, como um corredor muito grande, que também, na medida em que se caminhava por ele, ia se expandindo, revelando-se como uma grande rampa dourada, que conduziria qualquer caminhante ao salão mais à frente, o qual ainda não tivemos a oportunidade de adentrar. Deu para compreender, porém, que cada portal conduziria a uma frente diferente de trabalho na casa, como se fossem forças integradoras de esforço conjunto para a prática do amor fraternal.
De sua formatação física externa, apesar de vermos um terreno com muitos metros quadrados, no astral, o templo ultrapassa facilmente, em larga medida, o que podemos observar somente com os olhos materiais. Visivelmente, no astral, a área correspondente ao templo era, pelo menos, três vezes maior em comprimento e alguns metros a mais em largura.
Diante da entrada, dois arcos fluídicos curvavam-se em direção a um topo proeminente, revelando um relevo no formato de uma flor a desabrochar. No plano superior, vislumbrava-se ainda um imenso bastião de luz que partia do vértice central da casa. Ali, uma mandala belíssima, em tons de rosa, azul e branco, alimentava o centro com energias fluidas. Esse canal sublime ligava-se a uma esfera desconhecida, que os amigos espirituais chamaram de “Colônia do Voo do Pássaro”, ambiente que fornece recursos ao templo. O tubo luminoso estendia-se por quilômetros acima, transmitindo uma imensa sensação de paz.
Ao deixarmos a visão externa para explorar as entranhas da edificação, fomos conduzidos aos setores de instrução. Já na parte interna inferior da Casa, nossa irmã Lima, que acompanhava cada detalhe das instruções atentamente, caminhou a passos curtos até contemplar, à sua direita, uma vasta biblioteca. O acervo imaterial, organizado com extremo zelo, despertava imediata expectativa. Ao tomar um exemplar intitulado O Mestre, ela folheou as páginas e deparou-se com ensinamentos sobre os princípios espagíricos das orquídeas, relacionando a botânica oculta à alquimia espiritual do coração humano. A obra continha ilustrações detalhadas, como desenhos aparentemente feitos à mão.
Um pouco acima, ainda estavam alguns andares com janelas de formato semelhante as portas, porém um pouco menores. Além destes, também se contemplou um imenso bastião de luz que iniciava no vértice central superior da casa, onde víamos uma mandala belíssima com energias que variavam do rósea, azul e branco com formas fluidas que alimentavam o centro com um padrão específico de movimento. Ligava-se o canal sublime de luz a uma esfera desconhecida, a um lugar que os bons amigos espirituais afirmaram se chamar “Colônia do Vôo do Pássaro”, certamente um ambiente que ampara e fornece recursos ao trabalho no templo. O canal luminoso, em sua policromia, traduzia uma sensação de paz imensa. Esse tubo, do topo da construção etérica, estendia-se quilômetros acima, até esta colônia abençoada.
Assim que nos encontramos na parte interna inferior do prédio, nossa irmã Lima, a qual nos acompanhava, caminhou a passos curtos quando pôde contemplar, logo à sua direita, uma grande biblioteca. Muitas eram as obras do acervo imaterial, dispostas e organizadas com muito zelo e carinho. Assim que adentramos ao recinto, a sensação geral foi de expectativa. Tomando em suas mãos uma das obras, pôde ler claramente o título de um exemplar: O mestre, assim estava em sua capa, com uma caligrafia desenhada de forma muito sofisticada. Não contendo a curiosidade, ela abriu uma página aleatória do livro, e foi lentamente folheando as laudas e contemplando a beleza daquele momento de expectativa e reflexão, e quando fixou bem o olhar numa página em específico, passou a ler sobre princípios espagíricos que formam as orquídeas, relacionando esses ensinos à transformação do coração humano por uma alquimia espiritual ligada aos ensinamentos do Mestre. Havia, inclusive, representações gráficas na obra, uma bela representação pictórica da planta, que fazia lembrar um desenho feito detalhadamente a lápis.
Assim que terminou de contemplar aqueles escritos, foi percebida a presença de um irmão que parecia estar à frente daquele setor. Era um dos instrutores espirituais responsáveis pela casa. Tratava-se de Arquimedes, um ancião simpático e prestativo. Ele apresentou-se, observando serenamente a expressão fisionômica de quem o via, fazendo um pequeno gesto de saudação com a cabeça.
Ainda no acervo, pôde-se ver três outras obras que compunham parte dos catálogos disponíveis. O almanaque da arquitetura milenar, obra organizada com o intuito de orientar moldes para elaboração de estruturas astrais para o fortalecimento da Luz, que vão desde templos antigos até os atuais. Muitos símbolos, números e formas geométricas eram vistas no códice. Outra obra visualizada naquele espaço convidativo e acolhedor era intitulada Sollis, certamente algum tratado espiritual interessante a respeito do símbolo maior que representa o Mestre: o Sol da Alvorada. Ancestralidade, outro livro do acervo, era um texto de autoria de Joseph Vill[3]. Mais à frente, havia outros exemplares de obras do além. O livro Alvorecer, por exemplo, visto sobre uma pequena mesa de estudos da sala, foi aberto de forma aleatória, onde foi possível ler em uma de suas páginas: “ordinariamente começam os dias sem a sua plena convicção e aceitação das normas prescritas [...] O merecimento é de quem busca. ” Deleitando-se com os ensinamentos, a nossa irmã Lima passou a vista pela mesa e outra obra, logo abaixo desta, chamou sua atenção, lia-se em seu título Aurora, era um livro de poemas e poesias. Ao abrir-se em uma página aleatória, estava escrito em um trecho: “Por onde andas que não encontro as tuas sombras? Como tu caminhas sem me levar? O voo é tão suave.” Uma outra obra que despertou a curiosidade nossa era denominada O livro da sabedoria universal. Esse último foi mostrado diretamente pelo irmão Arquimedes, que lhe deu ênfases a respeito da importância dos ensinamentos universais como o fundamento do ensino do Mestre Jesus.

Uma ampulheta, muitas réguas sobre a mesa, um quadro com uma representação de uma pena, como a indicar o papel importantíssimo da escrita naquela frente de trabalho, também compunham o cenário simples, organizado e inspirador.
Quando voltamos ao extenso corredor central, foram vistas muitas portas laterais e, numa delas, a que estava logo em frente à biblioteca, foi percebida somente uma cortina amarelada, lugar onde foi pedida a autorização para adentrarmos, mas não recebemos a permissão. Seguindo logo após, na antecâmara do que seria a nossa sala de auditório, estava um espaço organizado com muitas almofadas, era como um espaço voltado a meditação, silêncio e contemplação. O local misturava um clima de aconchego e de hospitalidade. Adiante, um local levemente denso, onde os pensamentos tendiam a baixar a vibração mental para a tristeza e revolta estava dividindo um pouco as frequências no templo. Isso estava acontecendo no local onde é o auditório para palestras públicas. Aqui vemos que seja até um pouco natural isto acontecer, visto que muitas pessoas chegam ali com ideias das mais variadas, e por ser também um local de acolhimento aos irmãos dos dois planos da vida, que estão em sofrimento, dor ou tristeza, tem-se de tudo um pouco neste espaço, uma mescla de fluxos energéticos. Naturalmente, as energias eram controladas para que não saíssem do controle.

Seguindo novamente pelo corredor central, foi possível vermos, ao lado esquerdo, uma sala ampla, com grande mesa ao centro e muitos bancos. Ali parecia ser um local de reuniões dos espíritos. No instante da visita estavam dois espíritos conversando e produzindo escritos, ambos pareciam estar ocupados. Assim, um irmão espiritual se aproximou e indicou o caminho de ida até o corredor central, o qual seguimos e, ao final dele, chegamos numa outra sala que tinha uma cor predominantemente azul. Aquele era um espaço de orientação e sintonização. Os irmãos esclareceram que os tarefeiros que fossem convidados a essa etapa do tratamento e desenvolvimento, deitariam em uma espécie de leito, onde alguns procedimentos muito específicos deveriam ser feitos junto a pessoa. Haviam equipamentos que se assemelhavam a alguma maquinários médicos de nosso mundo. Essa configuração fazia da sala um tipo de câmara que auxilia na sintonização do espírito com os propósitos do trabalho com Jesus. De algum modo era um tratamento de saúde e, simultaneamente, de educação espiritual.
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Raul César
Equipe Cantinho dos Anciãos
Notas:
[1] Notadamente, como estamos utilizando a I.A para tentar aproximar o leitor da imagem do templo, há insuficiências desse recurso. Nunca é demais lembrar que as imagens são aproximações meramente ilustrativas. Ao leitor amigo que possui e compreende a realidade espiritual, bastará mentalizar e pedir humildemente à espiritualidade que poderá contemplar por si mesmo a estrutura astral, com sua pureza simplicidade. Na parte inferior do templo, há quatro portais encimados por vértices, como os das imagens, são 7 portais, portanto. O formato da flor é arquitetônico, mas sutil e energético. Com dedicação, trabalho, humildade e amor, o buscador poderá visualizar com clareza a estrutura, e isso serve não somente para a Casa dos Espíritos, mas para qualquer templo espiritual. A dimensão magnânima de um trabalho espiritual nunca caberá toda em uma imagem.
[2] Mensagem extraída do livro “Aconteceu na Casa Espírita” (Cristiano, 2014, p. 9).
[3] Provavelmente o autor se encontra na espiritualidade. Há um acervo gigantesco de livros a respeito de muitos temas da espiritualidade nos santuários, colônias e cidadelas do astral. Algumas obras respeitáveis de nosso mundo são conhecidas lá, outras não. Do mesmo modo acontece de lá com relação ao nosso plano temporário de existência.
Referências:
CRISTIANO, Emanuel. Aconteceu na Casa Espírita. Nora (Espírito). - 2° ed Kindle. Campinas, SP: Editora Allan Kardec, 2014.




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